30.5.11

- 20°C

(algum dia de janeiro de 2009 - Colorado, EUA)

05h08 o despertador tocou. Lá fora tudo era escuro, silêncio e muita neve. O que aconteceria na próxima hora já estava tão automático que ela poderia fazer ainda dormindo.

Tirou o pijama e entrou no banho. Lavou os cabelos e depois secou. Vestiu as meias, a meia-calça, a calça térmica, a blusa térmica, um suéter de lã e a camisa do uniforme. Calçou as pantufas e foi pra cozinha.

Os outros 7 habitantes da casa ainda dormiriam por mais pelo ao menos 2 horas...

Ligou a cafeteira e esquentou o leite. Preparou um oatmeal e duas torradas com manteiga, queijo e mel. A fome que ela sentia por lá era inexplicável. O que, por sua vez, explicava os 6 kilos ganhos em menos de 2 meses...

Lavou a louça e voltou pro quarto. Escovou os dentes e vestiu mais uma calça e mais um casaco. Calçou as botas e pegou a bolsa.

Deu um beijo no namorado - que dormia profundamente do outro lado da cama. Ele acordou o suficiente só para resmungar algo parecido com "bom dia, amor". Há 4 horas atrás, foi a vez dele chegar do trabalho e ela acordar o suficiente só para resmungar algo parecido com "boa noite, amor".

Antes de sair, vestiu mais o casaco impermeável, o cachecol, o gorro, o chapéu e dois pares de luvas.

Seus pés afundavam na neve enquanto caminhava - era muito cedo e o snowcat ainda não havia passado limpando as calçadas. A altitude de 3 mil metros a fazia ofegar como se estivesse correndo uma maratona; e, aos poucos, as únicas partes descobertas de seu corpo começaram a formigar.

Chegou no ponto às 06h08 e chorou. Dessa vez não foi de saudades. Era o frio que fazia as lágrimas escorrerem, gelando suas bochechas.

Entrou no ônibus já lotado de mexicanos - que dormiam feitos galinhas empoleiradas. Enxugou o rosto e sorriu. Essa com certeza estava sendo a experiência mais diferente de sua vida. E era exatamente isso que ela queria.

29.5.11

Uai di Minas

"Hum, eu acabei de almoçar... Mas até que um cafézinho ia bem agora!"

Sempre tenho uma boa desculpa pra entrar no Uai di Minas. Se não é o cafézinho,  é o pão de queijo, o cappuccino ou o bolo de cenoura. Ah, o bolo de cenoura! Molhadinho, macio, com uma grossa cobertura de chocolate... (suspiros).



"Se ocê num vai a Minas, ela vem inté ocê" - Esse é o lema do armazém onde se pode encontrar as delícias da culinária mineira sem sair de Floripa. Destaque pro café no bule, pro copinho de doce de leite e pro legítimo pão de queijo mineiro, feito da forma mais tradicional.

No almoço eles servem comida caseira feita no fogão a lenha. Cada dia é um prato principal diferente. Quinta à noite tem jazz e comidinhas de boteco, e na sexta tem canja.

E se quiser levar um pouco do gostinho mineiro pra casa, lá tem goiabada, geléias, pó de café, pamonha e as melhores cachaças produzidas no Brasil.


Mas nada me faz sentir mais em Minas do que o sotaque dos funcionários. Sim, eles também são mineiros! "Ocê qué qui eu esquente um bocadim?" - me pergunta a moça quando eu peço um pão de queijo.

A única coisa que não veio de Minas é o Guaraná Antártica e a cerveja Eisenbahn. Ah, e também a  filha do casal que fundou o Uai. A Alice nasceu em Floripa e tá sempre por lá comendo suas papinhas de frutas. :)



Além do bolo de cenoura, o visual da Rua Osni Ortiga - caminho pra quem vem da Lagoa - é um dos motivos pelos quais eu gosto tanto de ir lá.



Uai di Minas fica na Geral do Rio Tavares, 1167 - Porto da Lagoa - junto à Pousada do Ilhéu. telefone: (48) 3334 0094.

Eles também tem uma filial no centro de Floripa, na Rua Bocaiúva.

24.5.11

Meu pé esquerdo

Os sapos coaxavam como de costume – a sinfonia começava todos os dias ao entardecer. O calor excessivo transformou-se em chuva, fazendo daquela noite a mais agradável do verão. Tudo estava tranquilo na casa de praia da família Dias da Cruz.

Pulando de pedra em pedra, com os pés descalços, a menina atravessou o jardim em direção à casa dos fundos. Os primos ficaram na sala assistindo a um filme. Mas para ela, a verdadeira diversão estava lá atrás - onde os adultos conversavam animadamente.

Mal teve tempo de se inteirar do assunto e o telefone tocou. Saltitante, correu até o aparelho e atendeu: era pro avô.

-Paaaai – gritou - o tio Luís que falar com o vovôôô.

-Ele tá na casa da frente. Vamos lá chamar? Você pode ser meu guarda-chuva, que tal?

Animada com a ideia, a menina pegou distância, correu e pulou nas mãos do pai - que a ergueu em cima de sua cabeça. O impulso, porém, foi forte demais. As perninhas não pararam de subir e bateram no ventilador de teto - que se estraçalhou pela cozinha.

O resultado foi um corte no pé. As lágrimas escorriam enquanto a menina olhava pro machucado sujo de sangue. Uma rodinha se formou em volta, todos tentando amenizar a situação.

De canto, a vó olhou para a tia e comentou com ares de sabedoria:

-Vai é ficar uma bela cicatriz...

E ela tinha razão. A prova está, há 18 anos, no meu pé esquerdo.


22.5.11

Quitute de domingo

Eu gosto de cozinhar, mas tenho que admitir que sou um desastre...

Além de fazer a maior sujeira, tenho um sério problema de déficit de atenção. Mais de uma vez já tive que jogar toda massa do bolo no lixo por ter errado a receita. E são erros feios, do tipo: coloquei 500 ml de leite em vez de 50, ou li 4 xícaras de farinha onde na verdade dizia 1/4...

Felizmente isso nunca me desmotivou e, depois de anos tentando, agora até consigo fazer umas comidas gostosinhas.

O quitute de hoje foi Muffin de Chocolate. Nhami!


A receita eu peguei desse livro - que, por enquanto, só tem me rendido elogios. Os ingredientes são fáceis de encontrar e dá pra fazer sem batedeira. Acho que demorei uns 15 minutos pra preparar e foram mais 30 no forno. Em menos de uma hora, a casa já estava contaminada com aquele cheirinho delicioso de bolo.




Como a massa não é muito doce - já que vai açucar mascavo e chocolate amargo -, incrementei com uma cobertura de doce de leite e bolinhas coloridas.





O pessoal aqui em casa se empolgou e cada um quis customizar seu próprio bolinho!

20.5.11

Nó duplo

Aprendi um novo jeito de usar cachecol!

18.5.11

Eurotrip #1 - Pra começar bem

(6 de julho de 2010 - Porto, Portugal)

Eram 7h30 da manhã e - depois de um táxi e um trem - entramos no metrô pra última etapa do caminho até o aeroporto. Estávamos os dois tão tensos que não conseguíamos nem olhar um pra cara do outro. Já tínhamos viajado antes, mas dessa vez a chance de algo dar errado era muito maior.

Chegamos e fomos fazer o check in. Todos os guichês estavam desertos, mas no nosso a fila fazia curvas. "Tudo bem", pensei eu, "na Ryanair quase ninguém despacha bagagem, então vai ser rapidinho". Foi aí que avistei um grupo de 3 famílias, cada uma com no mínimo 4 filhos, 6 malas e 2 carrinhos de bebê. Ai, ceús...

Depois de quase uma hora, deu tudo certo. Passaportes: ok, bilhetes: ok, e mochilões dentro do limite de tamanho."Agora estamos quase na sala de embarque. Uma vez lá dentro, aí sim poderemos relaxar!", pensei.

Não tão cedo.

Eis que na saída do raio-X, o segurança me chama:
-Senhora, precisamos verificar a sua bagagem – disse ele, muito sério.
-Tá… – respondi, tentando ficar tranquila.
-Na tela aparece um objeto pontiagudo de metal maçico – disse ele, ainda muito sério.
“Ai, Jesus, será que alguém escondeu uma arma no meu mochilão?”, pensei, já bem nervosa.
Tremendo, fui tirando tudo de dentro – e o homem só olhando –, mas não havia nada  de estranho. Muito menos uma arma.
-Moço, não tem nada aqui… – disse eu, com voz de inocente.
Ele então me mostrou na tela o tal objeto. Pra mim era só um traço… Fiz cara de confusa.
-A senhora não está carregando uma faca, ou uma tesoura, ou uma caneta?
“Uma caneta!? Ele tá falando sério?” – pensei indignada - “Que mal eu posso fazer com uma caneta? Rabiscar a mesinha do avião?”
Tirei de dentro dum estojo a caneta que minha vó havia me dado e entreguei pra ele, meio incrédula.
-Hum… – disse o homem, enquanto analisava o objeto com cara de quem solocionou um mistério – Está explicado.

Aparentemente, a caneta era feita de ouro e prata maciços e por isso acusava no raio-X. Saí aliviada por ter sido liberada e aflita por agora ter que me preocupar em não perder a benedita. Preferia quando achava que era de latão…

Como ainda tínhamos um tempinho, fomos andando lentamente. Agora que estávamos na sala de embarque, podíamos relaxar.

Não tão cedo.

Acontece que o nosso portão era o 14, e nós seguimos uma placa que indicava o de número 13 - achando que logicamente o 14 deveria ser o do lado. Não em Portugal. Quando chegamos no 13, descobrimos que o 14 era simplesmente no outro extremo do aeroporto.

Enquanto corria - com o mochilão batendo nas minhas costas - percebi que não haveria tempo pra relaxar. Afinal, seriam 14 cidades, 7 países, 11 trens, 2 aviões e 8 albergues em 22 dias!

Relaxar? Agora só no Brasil. Que comece a aventura!

17.5.11

Desodorante da Forever

Teve uma época em que toda semana eu recebia um e-mail falando sobre desodorante antitranspirante. A maioria da vezes eram pesquisas relacionando-o com câncer de mama, e outras eram pesquisas dizendo que isso era uma bobagem. O assunto meio que morreu, mas até hoje não sei quem estava certo. Acho que ninguém sabe.

Seja como for, através desses e-mails eu descobri que esse tal desodorante tinha o poder de parar a transpiração das axilas. E isso me incomodou. Oras, se as minhas axilas foram feitas pra transpirar, elas devem ter um bom motivo pra isso.

Foi difícil, mas encontrei um desodorante que apenas desodora! É o da Forever Living Products. Além de não ser antitranspirante, não mancha a roupa e não contém álcool em sua fórmula - podendo ser aplicado logo após a depilação.

Todas aqui em casa usamos sempre, e funciona! É claro que antes de praticar exercícios é bom dar uma reforçada... O preço médio é de R$20,00, mas um bastão dura uns 4 meses.


A Forever é uma marca americana especializada em produtos de Aloe Vera e não realiza testes em animais.

Aqui no Brasil, vende em lojas de produtos naturais ou através de representantes que podem ser encontrados no site.

Ah! Em alguns supermercados tem o desodorante Banho a Banho spray que também não é antitranspirante, porém contém álcool em sua fórmula.

Mumford & Sons - The Cave





16.5.11

Fotos de crianças

Eu tenho paixão por crianças. Sempre tive.

Aos três anos, carregava tanto a minha irmã bebê no colo, a ponto do médico ter que dizer pra minha mãe que isso estava fazendo mal ao meu corpinho.

Aos seis, enquanto muitas meninas se contentavam com bonecas, meu sonho era ter outra irmãzinha - afinal, a primeira já tinha crescido... Eu me imaginava entrando na escola empurrando ela no carrinho e levando-a comigo pra sala de aula.

Aos 12, finalmente ganhei a tal irmãzinha. Daí vi o trabalho que crianças dão e desencanei.

Brincadeirinha. Ela é uma fofura.

Essas fotos foram tiradas numa festinha que teve aqui em casa. Imagina a minha alegria em passar mais de 4 horas correndo atrás dos pequenos com uma câmera na mão.






Descobri que é bem mais fácil tirar fotos dos mais novinhos. Depois de uma certa idade, quando eles veem uma câmera, ou tampam o rosto, ou saem correndo e gritando...











15.5.11

Domingo de chuva

O que fazer num domingo de chuva em Florianópolis?













Lembrar-se de que ir ao shopping NÃO é uma grande ideia...

13.5.11

Sueeti

Sabe aquela vontade que dá de comer doce depois do almoço?

Mas não é vontade de um pedaço de bolo ou de torta - porque são muito grandes e o seu problema não é fome, e sim gula.

E também não é vontade de um chocolate qualquer - daqueles que são tão ruinzinhos que você acaba se arrependendo por ter ingerido calorias à toa...

É vontade de Sueeti!



Estrategicamente localizada na praça de alimentação do Shopping da Trindade, a Sueeti é um self service de doces! São mais de 100 variedades de docinhos, bombons, trufas e copinhos. É só pegar o seu no balcão e passar no caixa.


Tem de tudo: brigadeiro, cajuzinho, casadinho, com frutas, com nozes, multicoloridos e por aí vai. E o gostinho é tão bom que parece até que foram feitos em casa.

Intolerante a lactose ou diabético? Tem pra você também! A Sueeti reservou uma seção só com essas delícias sem leite ou sem açucar!


Os docinhos são pequenininhos - do tamanho perfeito. Mas se só um não for o bastante ou se você sabe que vai querer outro mais tarde, tudo bem! A Sueeti fornece de graça caixinhas decoradas que cabem até 49 docinhos - assim você pode levá-los pra onde quiser.

O preço varia de  R$0,99 (brigadeiros e similares) a R$2,99 (diets e sem lactose), ficando ainda mais barato se encomendadas mais de 100 unidades.


Na seção infantil, os docinhos assumem a forma de patos, ursos, centopéias e porquinhos. Dá até pena de comer.


A Sueeti foi invenção de um administrador aqui de Floripa, e vem dando tão certo que ele já está planejando abrir duas franquias!

A loja funciona de segundas a sextas das 10h às 20h e sábados e domingos das 10h às 17h.

Sueeti: (48) 9993-3112

12.5.11

Casa do Chico

Quando mudamos pra Floripa, há uns 10 anos atrás, íamos muito na Casa do Chico. Com o tempo, o restaurante começou a ficar cada vez mais famoso, e as filas pra entrar, cada vez maiores. Já que a minha família não tem a capacidade de se programar pra sair cedo de casa, acabamos desistindo de ir lá.

Esse final de semana passamos em frente e, por um milagre, não tinha lista de espera! Melhor ainda, havia uma mesinha livre bem na janela!



Desde a última vez que estivemos lá, eles deram uma melhorada no visual, ficou mais charmoso. O lugar agora é todo decorado com motivos açorianos como a rendeira e o boi de mamão - personagens característicos da ilha.


A comida continuava muito boa! Pedimos um camarão na Kabotiá e um peixe À Belle Meuniere - que é um badejo grelhado coberto com alcaparras, champignon e camarão na manteiga. O molho do camarão era bem leve e saboroso e o peixe grelhado estava crocante por fora e macio por dentro.


Só estranhamos o tamanho das porções. Pra nós cinco, normalmente dois pratos dão e sobram. Mas dessa vez quase faltou! Veio tão pouca batata frita que até o garçom concordou em trazer mais.

A estrela da casa é a Sequência de Camarão que - além do crustáceo preparado de diversas maneiras - inclui casquinha de siri, filé de pescada, arroz e fritas. Esse banquete sai a R$69,50 pra duas pessoas (os outros pratos da casa também variam nessa média de preço).


A Casa do Chico fica na Avenida das Rendeiras. Quem é de Floripa sabe que existem lugares mais tranquilos e agradáveis do que esse - já que lá tem o barulho e o movimento dos carros. Mas a vista é bonita e é quase um crime não sair pra caminhar na beira da lagoa depois de almoçar.


Confira no site deles o cardápio, história e localização.

Ah, durante o mês de maio, a Casa do Chico está participando do Brasil Sabor. Toda quinta-feira, no almoço, a Truta Grelhada sai a R$31,25 pra duas pessoas.

11.5.11

Tarefa de casa



Nina veio fazer a tarefa no meu quarto.



E trouxe junto três colegas de classe.



Amélia.



Gigi.



E Lua - que tinha ido pra balada na noite anterior.

10.5.11

Lebru Calçados - o paraíso dos Allstars

Eu não tinha um Allstar antes de conhecer essa loja. Acontece que é praticamente impossível não encontrar por lá um par que agrade. São quase 250 modelos diferentes espremidos em menos de 6m². Ainda não vi tanta variedade desses tênis aqui em Floripa!


A Lebru calçados fica no Mercado Público, naquele vão onde só vende sapatos. No meio de várias lojinhas - que pra mim são todas iguais - está o paraíso dos Allstars. Na verdade, os paraísos. Porque a Lebru ocupa dois boxes, o 16 e o 32 - um de frente pro outro.  

Em ambos, o esquema é o mesmo: numa parede estão pendurados todos os modelos, você escolhe o seu e eles vão buscar o tamanho desejado. Eu nunca fui no estoque, mas deve ser bem grande, porque quase sempre tem o 36 (um dos mais concorridos).


Com cadarço, sem cadarço, slip on, de cano alto, estampado, de lantejoulas, de velcro, bota e sapatilha - e tudo isso numa variedade imensa de cores! Quase uma tortura pra uma libriana indecisa como eu...

O preço é um pouco mais em conta do que nas grandes lojas de calçados da cidade. E sempre tem alguns pares de coleções antigas à venda por R$50,00.



Os modelos infantis são apaixonantes! Esse aqui embaixo era um tamanho 20.


Ah, na parede oposta a dos Allstars, rola o mesmo frenesi, só que com Havaianas... Mas isso já é assunto pra outro post.


Lebru Calçados - Mercado Público de Florianópolis - Box 16/32 - (48) 3223 7044